quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lideranças participam de plenária da Fetraf



Brasília/Oeste – A Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF/BRASIL) está realizando desde ontem a sua primeira plenária desde que foi fundada, em 2005. Nesse período, a entidade pautou na sua programação a viabilidade dessa ação, como forma de estabelecer um laço de união com todos os Estados que a compõem, além de servir como um momento de avaliação das suas conquistas e lutas ao longo do tempo.Estão presentes 22 Estados da Federação, formando assim um corpo de 250 delegados. Do Rio Grande do Norte estão presentes 16 deles, sendo seis do Médio Oeste, advindos das cidades de Severiano Melo (João Batista), Itaú (Leonildes Oliveira), Campo Grande (Anacir e Freitas), Upanema (Ismar Fernandes), Francisco Júnior (Apodi) e Pôla Pinto (Messias Targino).A solenidade de abertura contou com representantes do Governo Federal, além de deputados federais, senadores e órgãos do Governo ligados à agricultura familiar. O deputado federal Zezéu Ribeiro (PT-BA) enfatizou no seu discurso a importância que a Fetraf está tendo para a construção de um novo e solidário sindicalismo. O senador João Pedro (PT-AM) foi enfático, ao dizer que a Fetraf tem aberto as portas do desenvolvimento para o seu Estado, uma vez que o agricultor familiar, historicamente, tem sofrido com as políticas neoliberais adotadas e que só agora consegue ver novos horizontes, já que o Governo tem destinado uma parcela maior de recursos para a categoria.A coordenadora nacional da Fetraf/Brasil, Elizângela Araújo, reconhece que o acesso ao credito teve um avanço, mas que é preciso muito mais, sobretudo no que se refere ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), uma vez que ainda existe muita burocracia. Elizângela comentou ainda que uma das prioridades da Fetraf é a construção de um sindicato descentralizado, em que os interesses pessoais não devem ser a mola propulsora das discussões.Segundo o representante do Médio Oeste, João Batista (João do PT), esse espaço de discussão solidário é de fundamental importância, já que ele está desenvolvendo um processo de diálogo no sentido de fundar um sindicato regional da agricultura familiar incluindo os municípios de Severiano Melo, Itaú, Taboleiro Grande e Riacho da Cruz.“Viemos aqui participar da plenária objetivando uma ampliação dos conhecimentos acerca deste novo modelo sindical que a Fetraf pratica, pois fundaremos em breve um sindicato regional da agricultura familiar”, concluiu João Batista.A plenária se estenderá até dia 18, tendo na sua grade de programação muitos estudos e debates acerca da categoria.
Movimento vem construindo federação há anosA Fetraf-Brasil vem sendo construída há anos por agricultores familiares que já estão organizados em 11 federações de 13 Estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e entorno, Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Maranhão, com o foco na melhoria da qualidade de vida das famílias, na reforma agrária e na geração de emprego e renda.O setor defende a reforma agrária baseada no desenvolvimento sustentável e a produção de alimentos não-transgênicos; representa o Brasil em fóruns internacionais, como o preparatório da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Dakar, e da I Conferência do Fórum sobre Soja Sustentável, em Foz do Iguaçu (PR). Recentemente, firmou um acordo de parceria com 35 regiões da Europa que não produzem e nem importam produtos transgênicos.De acordo com dados divulgados pela Fetraf-Brasil, a agricultura familiar é responsável por 10% do PIB brasileiro e 40% do PIB agropecuário. Oito em cada 10 estabelecimentos rurais são de agricultores familiares, que produzem a maioria dos alimentos que abastecem a mesa do brasileiro: 67% de feijão, 31% do arroz, 58% das aves e dos ovos, 32% da soja, 52% da pecuária de corte, 84% da mandioca, 54% do leite, 49% do milho e 58% dos suínos são produzidos pela agricultura familiar.Segundo a entidade, a agricultura familiar é o setor que mais emprega, gera sete em cada 10 empregos no campo.

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