quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO TAMBÉM VAI QUEM JÁ MORREU
Mais uma vez algumas cidades disputam entre si quem realizará o melhor carnaval e atrairá o maior número de foliões. Que bom, se a mesma rapidez e facilidade usada para investir tanto dinheiro nos carnavais, também fosse empregada em benefício dos miseráveis da vida, de estômago vazio e corações sedentos de amor. Não nos compete apoiar ou condenar essa festa popular, mas sim apenas levar ao leitor algumas considerações.
A diferença entre o remédio e o veneno pode estar no tamanho da dose. Assim também se dá com as "alegrias" experimentadas nos dias de carnaval, que muitas vezes costumam deixar resíduos nocivos em muitos dos seus foliões, em virtude dos excessos a que se entregaram durante os quatro dias. A rotina pós-carnaval costuma mostrar que muitas vezes sobram amarguras, tristezas, aborrecimentos, desajustes familiares, grandes desequilíbrios financeiros, violências de vários tipos, gestações indesejáveis e doenças sexualmente transmissíveis. A época na qual as famílias ocupavam as calçadas para ver os blocos passar, ficou na saudade, dizem os mais velhos.
Vejamos a conclusão de um grupo de psicólogos, publicada há algum tempo no jornal Correio Brasiliense: "(...) de cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúme, intrigas, etc.); que, desses mesmos dez casais, posteriormente, três se transformam em adultério; que de cada dez pessoas (homens e mulheres) no carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia-a-dia, como o álcool e outras drogas (...). Concluíram que tudo isto decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulado pelo álcool leva as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais (...)".
Ao contrário do que apregoa o frevo de Caetano Veloso, não somente a massa humana compõe a multidão de foliões, mas também, uma turma de entidades espirituais desequilibradas, que vêem aos bandos atraídas pela psicosfera criada pelas mentes conturbadas pela orgia, encontrando terreno propício para influírem negativamente, incitando aos desvios de conduta, paixões grosseiras, agressões de todo tipo e ciladas astuciosas. Quem nunca ouviu o comentário "passei por uma, que só no carnaval mesmo, para acontecer...?"
Nas Fronteiras da Loucura, livro psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco, traz relato do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, focalizando vários desses processos obsessivos, sobre pessoas imprevidentes, que pensavam apenas em se divertir no carnaval do Rio de Janeiro. Mostra também o infatigável trabalho dos espíritos do bem, a serviço de Jesus, procurando diminuir o índice de desvarios e de desfechos profundamente infelizes. Em obra mais recente - Entre os Dois Mundos -, Philomeno nos mostra o que uma turba de espíritos perversos e vampirizadores apronta com muitos participantes do festival de verão de uma famosa capital.
Enfim, cada um tem o livre arbítrio para fazer suas escolhas. Se gosta e vai entrar na festa, digno leitor, não faz mal cercar-se das recomendações do apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém".

Nenhum comentário:

Postar um comentário