terça-feira, 26 de fevereiro de 2008


TUMULTO SOCIAL

As pessoas atualmente têm sido empurradas para lugares e contatos sociais com os quais nem sempre mantêm qualquer afinidade. Atendem mais às imposições de terceiros do que a própria satisfação. Isso tudo é resultado dos comportamentos ditados pela mídia e conseqüente automatização proposta pela sociedade. Analisando essa problemática à luz da psicologia, profundas observações são apresentadas pelo Espírito Joanna de Ângelis através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, no livro O Despertar do Espírito.
Alerta-nos a Benfeitora Espiritual que a necessidade do indivíduo de fazer-se presente em toda parte e a qualquer hora, leva-o a gastar, excessivamente as energias que poderiam ser canalizadas para o crescimento íntimo, a beleza, a cultura, a paz, a solidariedade ou a fraternidade, dando um sentido grandioso de dignificação de si mesmo e do grupo social onde se encontra. A correria dos interesses programados por outras pessoas como se fossem dele, perturba e acaba por alterar o conjunto de características próprias de cada um. Dessa forma, age-se em favor de uma personalidade conveniente que agrade aos outros, apesar de ser muitas vezes contrária às próprias vontades. Procurar obrigatoriamente estar na moda, viver as novidades, é comum num primeiro momento aparentar características de pessoa de bem com a vida e as exigências sociais, porém, com o tempo, a exigência de mais esforço para isso, pode causar fardo insuportável.
O ser humano é por si só animal social e necessita um do outro. Não deve, porém, descuidar-se da sua individualidade. Há funções psicológicas como a intuição, a criatividade, a vontade, originadas do Espírito, as quais precisam ser preservadas. Os indivíduos são diferentes entre si, em razão do seu processo evolutivo, e apresentam tendências, comportamentos e necessidades específicas. Por isso, estabelecer técnicas e regras de comportamento psicológico com base em experiências de alguns biótipos é tramar contra a saúde emocional. Os valores que satisfazem a uns, são insignificantes para outros.
Como terapia valiosa para libertar a criatura da perturbação em que porventura possa estar caindo, Joanna de Ângelis recomenda o recolhimento interior, a sós, através do silêncio. Deve haver uma dedicação de tempo para a reflexão e auto-realização. Não somente tempo físico, mas também o tempo mental, que proporciona serenidade, que permite o julgamento para entender os desafios da existência e enfrentá-los com equilíbrio, sem rebeldia nem culpa. É no silêncio que se pode encontrar Deus, usufruir de paz, auto-aprimorar-se. Nem todos têm facilidade de silenciar aflições diante das perturbações do cotidiano. Como providência terapêutica, o ideal é que o indivíduo procure vez por outra afastar-se da conturbação em que se encontra, refazendo caminhos de pensamentos, revigorando a disposição para o trabalho, família e sociedade, auto-encontrando-se. Não se trata de buscar repouso entediante, ociosidade. O maior tesouro é a identificação do Eu, buscando-se viver no tumulto sem desespero, saudavelmente, tranquilamente.
Francinaldo é Espírita

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