terça-feira, 13 de maio de 2008

Nada acontece por acaso
E comum, quando as pessoas estão sofrendo algum tipo de transtorno, revoltarem-se ou dizerem que não mereciam o fato. Essa é uma visão pura e simplesmente imediatista. Tudo na vida sempre tem uma razão de ser, mesmo que aos nossos olhos não pareça justo. Vejamos um exemplo disso na história de Antonino Tinoco, contada pelo Espírito Humberto de Campos através da psicografia de Chico Xavier (obra: Reportagens de Além-Túmulo).
Presenteado com um lar equilibrado, o afeto carinhoso da esposa e dos filhinhos, Tinoco andava com a mente fervilhando, quase sem forças. Conhecera Gildete numa festa elegante. Conversaram envolvidos em simpatia franca, embalados pela música. Ela contou-lhe complicado romance de sua vida, que Tinoco escutou de boa-fé, em virtude de sua índole fraternal. A história comovera-o, e os encontros como bons amigos plenamente identificados entre si, tornaram-se freqüentes. De nada serviram os conselhos, explicações e advertências de sua parte. A jovem sutilmente foi envolvendo-o em teia de seduções; sua gentileza excessiva embebedara-o devagarzinho, até que certa vez adentraram a falar de atração, desejos, amor.
Vez em quando a consciência advertia-o que não seria prudente entregar-se a aventuras extra-conjugais, já que assumira os sagrados compromissos de família. Acendia-lhe o impulso de resistência; beijava ardentemente os filhinhos, alegrava a esposa renovando delicados carinhos. Subitamente, porém, lembrava a outra e inventava desculpas para ausentar-se. Gildete deslumbrara-o. Mas no instante em que a perigosa criatura se julgava triunfante, ele sempre resistia; mas não sabia explicar a causa. Era o Espírito Omar, velho amigo de existências anteriores, que o seguia vigilante, envolvendo-o em boas vibrações.
Mais de um ano passara, no qual Tinoco perdera o olhar sereno, energias e tranqüilidade. Emagreceu. Enquanto Gildete influenciava-o para o erro, o Espírito Omar oferecia-lhe pensamentos nobres. Mas, como temos a liberdade das escolhas, Tinoco resolveu que iria estabelecer união afetiva para o dia seguinte, com aquela que lhe fantasiava encantamentos. Sem outra saída, a Espiritualidade tratou de providenciar para Tinoco, enfermidade grave e longa, para que lhe esgotasse o terrível conteúdo psíquico. Ele despertou no outro dia, experimentando dores agudas. A esposa dedicada mobilizou todos os recursos possíveis para restabelecer-lhe a saúde. Tinoco piorava dia a dia. Também no Mundo Espiritual, sua mãezinha aflita, rogava pela saúde do filho. Omar esclareceu-a que a moléstia não o abandonaria, até que cessassem os perigos. De fato, somente onze meses depois, Tinoco voltava do consultório médico, saudável e radiante, ao lado da esposa querida. Não sabia como agradecer a Deus, a bênção da harmonia no organismo.
Procurando notícias de Gildete, soube que ela já estava ligada a outro homem. Compreendeu então que, se o amor é capaz de todos os sacrifícios, o desejo costuma extinguir-se ao primeiro sinal de falha do organismo, ou da mocidade que desaparece.

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