sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

AFINANDO O PROGRAMA DE DILMA


As diretrizes gerais do programa de governo do PT 2011-2014, a serem defendidas na campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à presidência da República, devem ser estabelecidas antes do Congresso do partido, marcado para depois do carnaval. Os petistas correm contra o tempo para deixar tudo pronto para o lançamento oficial da candidatura da ministra. O grupo responsável pela elaboração do plano, do qual faz parte o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, se reúne antes do próximo dia 20.
O programa, após a análise no Congresso, será levado aos partidos da frente, às organizações sociais, às universidades. Humberto ressalta que o documento não será definitivo, aceitará contribuições dos aliados, dos militantes, da sociedade civil. Ele acrescenta que o papel do PT é organizar o debate e apresentar um projeto de governo. As diretrizes, de acordo com Humberto, não serão genéricas, estabelecerão os objetivos gerais do partido para um eventual próximo mandato. "No âmbito das políticas de desenvolvimento social, vamos discutir se ampliamos ou não o Bolsa Família, se aumentamos ou não a faixa de renda das pessoas que podem receber o benefício", exemplifica.
Humberto antecipa que um dos pontos polêmicos será a discussão sobre um novo modelo de gestão. "Trataremos sobre a participação de fundações, organizações sociais no governo nas áreas em que esse formato possa ser utilizado", comenta. Esse modelo foi adotado pelo governo de Pernambuco na área da Saúde (na administração dos novos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento) e provocou um debate acalorado entre agentes governamentais e entidades de classe, que persiste mesmo depois da inauguração do primeiro hospital e da primeira UPA. Para chegar às diretrizes, o grupo realizou um balanço das duas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elencando pontos fortes e vulneráveis.
A equipe para elaborar o programa, coordenada por Marco Aurélio Garcia, assessor da presidência, foi montada em outubro. É formada por dez pessoas, entre parlamentares, representantes da Fundação Perseu Abramo, do partido e do governo Lula. As correntes partidárias dos integrantes não foram um critério prioritário para a escolha dos nomes. Segundo explicou Humberto, foram levadas em conta a experiência, a participação em governos e o trânsito no partido. Ele colaborou com a criação dos programas de governos das últimas duas campanhas do presidente Lula.
O ex-prefeito do Recife, João Paulo, antes de entregar o cargo, em 2008, chegou a dizer que faria parte da coordenação da campanha da ministra Dilma e do grupo de elaboração do programa de governo. Acabou ficando de fora da segunda equipe. O PT ainda não escalou os coordenadores regionais da campanha.


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