quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A REPÚBLICA

francinaldorafael@uol.com.br


No ano de 1938, o médium Chico Xavier psicografa o livro "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", de autoria do Espírito Humberto de Campos, a partir de dados colhidos no Plano Espiritual. Explica a missão do Brasil como "coração espiritual da Terra", analisa fatos da História e o acompanhamento feito por Jesus do seu processo evolutivo. Afirmam-nos os Espíritos que eles influem na nossa vida muito mais do que imaginamos e que nada acontece por acaso. Os fatos são devidamente planejados na outra dimensão da vida. Então, não poderia ser diferente com nossos acontecimentos históricos.
Relata o autor que no mundo invisível, Jesus reuniu as legiões benditas de Ismael (governador espiritual do nosso país) para deixá-los cientes das profundas transições que assinalariam a existência social e política, pois o Brasil havia atingido sua maioridade coletiva, passando a ser responsável direto por todos os atos comuns que praticaria dali em diante. A espiritualidade ficaria com o acompanhamento indireto, pois assim como os homens, as pátrias têm direito a mais ampla liberdade de ação, uma vez atingido o plano de seus raciocínios próprios.
A República era considerada pela comunidade brasileira como o tipo de governo compatível com a evolução do país e a posição cultural do seu povo. Uma legião de espíritos sob a determinação do Divino Mestre preparou o que constituiria a proclamação da República, inspirando eminentes homens do país a consolidarem o fato. Todas as grandes cidades com o Rio de Janeiro à frente, se entregaram ao ideal republicano e a 15 de novembro de 1889, com a bandeira do novo regime nas mãos de Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, Lopes Trovão, Serzedelo Correia, Rui Barbosa e um aglomerado de inteligências cultas e vigorosas, o marechal Deodoro proclama a República dos Estados Unidos do Brasil. Causou amarga surpresa ao imperador, já que Deodoro era seu amigo íntimo e agora se voltava contra. Confortado pela espiritualidade, D. Pedro II repeliu as sugestões de reação que lhe eram oferecidas e não permitiu que se derramasse uma gota de sangue brasileiro no imprevisto acontecimento. Preparou sua retirada com a família e com lágrimas nos olhos rejeitou as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe ofereceu, aceitando somente um travesseiro de terra do Brasil, para recostar a cabeça quando a morte lhe abrisse as portas. Visitado pelo Visconde de Ouro Preto no mesmo dia em que este chegava à capital portuguesa, o imperador lhe declara com serena humildade: - Em suma, estou satisfeito... É a minha carta de alforria. Agora posso ir aonde quiser. Naqueles amargurados dias, conforme relata Humberto de Campos, o generoso velhinho se encontrava às vésperas do seu regresso à pátria da luz e da imortalidade.
No dia 16 de novembro de 2005, o Espírito marechal Deodoro da Fonseca, através do médium Divaldo Franco, envia belíssima mensagem à pátria brasileira, informando que apesar de todas as dificuldades, isso tudo vai passar e uma aurora de esperanças irá colocar nossa Pátria no lugar que para ela está reservado, quando poderá oferecer ao mundo lições de solidariedade e misericórdia. Enquanto esse dia não chega, recomenda Deodoro que paguemos com paciência e compaixão o preço de nossa destinação histórica de futura pátria da paz e do Evangelho de Jesus.

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