quarta-feira, 30 de setembro de 2009

DEUS TE ABENÇOE


A história registra que no dia 18 de outubro de 1924 a devotada trabalhadora espírita D. Clélia Rocha fundou, na cidade de São Manuel (SP), o Lar Anália Franco, entidade destinada a acolher crianças órfãs. Até os dias de hoje, a instituição já abrigou perto de dez mil internas, amparando-as e orientando-as até que estejam aptas para enfrentar o mundo. Mas o trabalho em favor do bem nem sempre é compreendido. Sempre haverá aqueles dispostos a atirar pedras, no sentido exato da palavra. D. Clélia soube enfrentá-los com base nas lições de Jesus, conforme relatos do Espírito Hilário Silva.

Logo após fundar o referido lar, D. Clélia viu-se em sérias dificuldades para mantê-lo. Tentando angariar fundos de socorro, a fiel servidora conduzia as crianças aqui e ali em simples atividades artísticas. Acordava almas, comovia corações e assim sustentava o difícil período inicial da obra.
Desembarcando certa noite em uma pequena cidade, foi alvo de injusta manifestação antiespírita. Vaias, gritarias, condenações foi a recepção oferecida. D. Clélia, com auxílio de pessoas bondosas, protege as crianças. Em meio à confusão, vê que um moço robusto se aproxima e, em seguida, atira-lhe uma pedra na cabeça. Com o golpe violento, o sangue escorre. Mas a trabalhadora do bem continua como quem desconhece o agressor. Medica-se depois. Cuidar das crianças estava em primeiro plano.
Por mais de uma semana, D. Clélia permaneceu naquela comunidade, orando e servindo aos necessitados. Acabava de atender a um doente em casa particular, quando entra uma senhora aflitíssima. É uma mãe que está com o filho acamado com meningite, pedindo-lhe auxílio espiritual. D. Clélia não vacila. Corre ao encontro do enfermo e, surpreendida, encontra nele o jovem que a ferira. Febre alta. Inconsciência. A missionária desdobra-se em cuidados e dedicação. Aplica-lhe passes (transfusão de energias psíquicas e/ou espirituais), preces, enfermagem carinhosa. Ao fim de seis dias, o doente recupera-se. Envergonhado, reconhece-a. Quando a sós, beija-lhe respeitosamente as mãos e pergunta: - A senhora me perdoa? Ela, com brandura, disse apenas: - Deus te abençoe, meu filho.

Em situações semelhantes como a maioria das pessoas reagiria? Na prática, vemos muitas revidando a pedrada recebida. Mas exemplos de humildade como o de D. Clélia não ficam sem fruto. O jovem recuperado acabou tornando-se valoroso militante da Doutrina Espírita e destemido trabalhador do Evangelho de Jesus.

Lembremos sempre que nosso vínculo é com Jesus e não com as pessoas. Tudo quanto fizerem conosco não nos afetará, porque Ele nos defenderá de todo mal que não esteja estabelecido pela Lei de Causa e Efeito.

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