quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


ISSO NÃO É ESPIRITISMO
Em uma rádio escutei a seguinte propaganda: "Fulano de Tal, médium, tarólogo e espírita, faz e desfaz qualquer trabalho. Consultas com hora marcada, R$ 50,00". Prontamente esclareço a você que lê este artigo: não se trata de um espírita. É alguém utilizando a credibilidade do espiritismo em proveito próprio.
Muitas seitas, cultos, rituais ou religiões usam em suas práticas a comunicação com os espíritos, jogos de tarô, cartas, quiromancia e outras tantas. Equivocadamente são confundidas com Espiritismo. Merecem todo nosso respeito, porém, cabe esclarecer que são adeptas do esoterismo ou espiritualismo. E nem todo espiritualista é espírita. O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. É o conjunto de princípios e leis, revelado pelos espíritos superiores, contido nas obras organizadas por Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita: "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese". Permite às criaturas o conhecimento das coisas, fazendo que saibam de onde vêm, para onde vão e por que estão na Terra; atrai para os verdadeir os princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança; abrange todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humano, apresentando caminhos para a regeneração da humanidade.
Toda a prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes". É realizada com simplicidade. Não tem sacerdotes e não adota nem usa em suas reuniões altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.
A Doutrina Espírita esclarece que todo ser humano é portador de mediunidade em variados graus e ninguém é obrigado a "desenvolvê-la". O local que cobra dinheiro ou qualquer favorecimento material, não é um centro espírita. Como tudo na vida pode se tornar objeto de exploração, não nos surpreende alguém querer explorar o lado daquilo que equivocadamente chamam de sobrenatural. Médiuns interesseiros não são apenas os que exijam recompensas financeiras ou materiais, mas também os ambiciosos desejando reconhecimento pessoal. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem, e os bons espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja que não corresponda aos objetivos divinos. Daí o grande número de embusteiros e falsos médiuns, dispostos a ludibriarem em proveito próprio.
Portanto, é dever do Espiritismo disseminar o esclarecimento, pois respeita todas as religiões e doutrinas, valoriza todos os esforços para a prática do bem, pela confraternização e pela paz entre os homens, independente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, orientação sexual, nível cultural ou social. Reconhece que "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei da justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza".

Francinaldo Rafael - jornal O Mossoroense - 08/12/2010
http://www2.uol.com.br/omossoroense/mudanca/conteudo/francinaldo.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário