quarta-feira, 18 de maio de 2011


José Agripino perdeu uma boa 
oportunidade de ficar de bico calado


O senador José Agripino, aquele que o vereador Fernando Lucena, de Natal, chamou, sem nenhuma maledicência ou preconceito, de travesti ideológico, mostra mais uma vez sua condição de vira-casaca. O que Fernando quis caracterizar no seu discurso do começo do primeiro governo Lula foi a virada inexplicável, exceto pela via do oportunismo direitista e eleitoreiro de Jajá, que o fez, de uma hora para outra, passar a defender tudo que condenara durante toda a sua trajetória de filhote da ditadura e herdeiro do reacionarismo da oligarquia do clã dos Maia. Senador de oposição a um líder que emergiu das bases sindicais para o Planalto, José passou a defender salários justos, direitos dos aposentados, planos de cargos para servidores públicos e tudo o que, sem choro nem vela, negara enquanto esteve com a caneta na mão. Fui um dos líderes do movimento sindical dos professores exatamente no governo de José Agripino. E sei como era difícil conquistar qualquer centavo. Seu governo chegou ao desplante de querer destruir da nossa universidade que, sob o novo governo volta ao estado de pré-insolvência. José Agripino, assim como seu atual aliado Garibaldi Filho, ambos apoiadores da governadora Rosalba Ciarlini trataram o servidor público à base de abono e abandono. E é esse modelo que Rosalba tenta implantar, até porque ela tem know-how em Mossoró, onde, como prefeita nunca negociou com o Sindserpum e sempre que teve oportunidade cortou drasticamente direitos de trabalhadores, chegando mesmo a demitir sumariamente 922 que até ralam em busca de um mísero fundo de garantia. Ao sair na defesa de Rosalba que hoje se nega a implementa nos contracheques dos servidores direitos legalmente já garantidos, José Agripino só conseguiu resgatar o seu histórico de governador carrasco dos trabalhadores e sua postura de travesti ideológico tão bem caracterizada por Fernando Lucena. A desculpa de que Iberê deixou o Estado quebrado não voga, porque FHC deixou o Brasil quebrado e Agripino era impiedoso na cobrança dos direitos de trabalhadores ativos e aposentados na Era Lula. Já o DEM, não. Além de quebrar os aparelhos estatais por onde passa, se acha no direito de surrupiar dos contracheques direitos conquistados legalmente.ri. Wilma respondeu duramente ao discurso de José Agripino. Argumentos incontestáveis, os da ex-governadora, pois Wilma pode ter cometido muitos erros, como é próprio do ser humano, mas, só um erro político dela é imperdoável perante a história. É o de ter perdido a eleição para José Agripino, evitando a limpeza completa no Senado que as urnas de 2010 proporcionaram à nação levando Mão Santa, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati, Marco Maciel e outros sepulcros caiados para a lata do lixo da história. O único entulho autoritário que ainda transita pelos corredores do Senado é José, e ainda assim, fadado a morrer de uma profunda solidão política.
Vírgula...
A desfaçatez com que José Agripino muda de discurso quando se trata de direitos trabalhistas só é comparável ao histórico artigo que um senador antigo do Rio Grande do Norte ditava para um datilógrafo, num dos jornais do Estado: "Prefeito ladrão, incompetente, desmoralizado, abandonou a cidade, deixou o povo sem assistência nenhuma, é um feroz perseguidor, mau caráter, irresponsável..." Nisso chegou um assessor, tocou-lhe levemente o ombro e deu a notícia inesperada: "Senador, o prefeito acabou de passar para o nosso lado..." Sem titubear o senador ditou: "vírgula". O datilógrafo bateu a vírgula, olhou para o senador de olhos esbugalhados e ouviu o resto do ditado: "... Isto é o que dizem nossos adversários... Mas ele é um home de bem, competente, honesto, dedicado à sua cidade, blá,blá,blá e blá,blá,blá.

DEMissão
Assim é o discurso trabalhista de José Agripino: "servidor público tem direito a tudo" PT, Saudações... De repente: "Servidor público não tem direito a nada. DEMissão para quem reivindicar...".

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