quinta-feira, 22 de maio de 2008


Perdoar para quê?
Em alguma época da existência, todo ser humano já foi severamente contrariado. Guardar mágoa, ódio, é como tomar veneno e esperar que o outro morra. Quem cultiva esses sentimentos embriaga de substâncias nocivas as células do próprio corpo, diz a ciência. Mas, há casos em que parece não haver perdão para o agressor. O comerciante Massataka Ota, mostrou que é possível: perdoou os homens que seqüestraram e assassinaram seu filho de 8 anos, Ives Ota.
Quando soube do assassinato do filho, Massataka conta que foi tomado pelo ódio e pela vontade de fazer justiça com as próprias mãos. Após três meses de revolta, resolveu mudar suas idéias. Decidiu provar para si mesmo que podia perdoar os seqüestradores. Preparou-se espiritualmente para enfrentar a difícil tarefa de ficar frente a frente com o assassino. Conta que na ocasião, não sentiu raiva e disse a ele: "É duro para um pai vir aqui. É fácil salvar um amigo, é difícil salvar um inimigo. Mas eu estou aqui pra te salvar. Eu conheci sua filha de cinco anos, e quero que você saiba que desejo para ela o contrário do que você fez com o meu filho. Quero que ela cresça, que tenha um casamento muito feliz e tenha muitos filhos". O algoz desabou em lágrimas. Massataka Ota afirma que desse dia em diante, passou a sentir um grande alívio.
Nos seus sábios ensinamentos, Jesus recomendava a prática ao perdão das ofensas. Que nos reconciliássemos com nossos inimigos enquanto estivéssemos com eles no caminho, evitando os aprisionamentos pelos laços da inimizade que podem prosseguir no além-túmulo. Às vezes, é difícil evitar que alguém resolva ser nosso inimigo; porém, o ideal é que nós não sejamos inimigos do outro. O Espírito Joanna de Ângelis através da psicografia do médium Divaldo Franco (livro: Libertação pelo Amor), nos alerta de que apesar da gravidade das ofensas e agressões sofridas, sempre mais infeliz é aquele que aos outros perturba. Qualquer tipo de ressentimento que se conserve, transforma-se em doença que agride aquele que o conduz, ao mesmo tempo em que vitaliza a ocorrência infeliz, mantendo-a sempre na memória e na emoção. Da mesma forma como se torna difícil esquecer o fato, o que exige um grande esforço da vontade, a sustentação da mágoa somente piora os efeitos no sistema emocional. O ódio, o ressentimento, o medo, o ciúme, o remorso afetam poderosamente o organismo. Cargas vibratórias danosas que são atiradas pela mente ao sistema nervoso central, irão afetar o aparelho circulatório com resultados negativos para o respiratório, ao tempo em que as glândulas endócrinas serão prejudicadas pelas energias captadas, encaminhando-as ao sistema imunológico que se desestrutura.
Quando recomendou que amássemos os inimigos, certamente não pretendia Jesus que tivéssemos para com eles a mesma ternura que se tem para um amigo. Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo a reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.

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