sexta-feira, 24 de julho de 2009



CRIACIONISMO E EVOLUCIONISMO


Uma das mais importantes revoluções científicas foi a Teoria da Evolução, apresentada por Charles Darwin, em 1859, para explicar a diversidade biológica. Como O Livro dos Espíritos lançado dois anos antes, a obra de Darwin sacode a crença religiosa da criação apresentada na Bíblia.

A princípio, dominou a teoria do criacionismo: Deus fez o homem de um momento para o outro. Analisando-se rapidamente não há imaginação que possa comportar essa ideia. Uma porção de barro transformar-se em setenta bilhões de células e toda a complexidade do nosso organismo. Mas, imaginemos que tenha sido assim, e um questionamento logo surge: por que a mulher também não foi feita dessa forma? Por que de uma costela do homem? São imagens que Carl Gustav Young chamará de arquétipos, ou seja, imagens comuns do inconsciente coletivo da humanidade. Essa corrente predominou até 1859, quando o britânico Charles Darwin apresentou A Origem das Espécies. Nesse livro, Darwin mostra fortes evidências da evolução, onde a diversidade das espécies é um processo sucessivo de ramificação, oferecendo margem ao materialismo, que não aceitava a ideia criacionista, aumentando o fosso entre ciência e religião.

Cabe fazer a ponte entre a doutrina do criacionismo e do evolucionismo, ao espiritismo. Na sua teoria evolucionista, tudo progride na natureza, desde o átomo até o arcanjo. O homem biológico descende do mundo animal, porém o homem como ser espiritual vem da divindade. O corpo carnal foi o veículo do qual a divindade se utilizou para desenvolver o psiquismo. Na visão da doutrina espírita, Deus nos criou simples e destituídos de complexidades e sem conhecimento das informações. Tal qual uma semente, para desabrochar a potência adormecida, o espírito precisa do habitat da matéria. Todo esse processo deu-se desde o reino mineral quando o psiquismo era força de união de moléculas, a atração. Passa ao vegetal quando desenvolve a sensação; no reino animal desponta o instinto; no ser humano, quando desabrocha a inteligência, o livre-arbítrio, a razão, depois a intuição, a angelitude. O Espírito André Luiz na obra Evolução em Dois mundos afirma que a evolução prevalece para todos os seres do Universo.

O criacionismo merece todo respeito, não na forma textual como é apresentado, mas como hálito divino. E o evolucionismo, porque temos toda a documentação fóssil que apresenta as evidências. Não rejeitemos, pois, a Gênese bíblica; ao contrário, deverá ser estudada, como se estuda a história da infância dos povos. Trata-se de uma época rica de alegorias, cujo sentido oculto se deve pesquisar; que se devem comentar e explicar com o auxílio das luzes da razão e da Ciência. Aquele tempo era de uma cultura muito limitada, o nível de consciência dos hebreus, um povo nômade, não teria como entender a criação do universo. Moisés inspiradamente utilizou-se de símbolos compatíveis com o entendimento deles, passando a ideia da criação em sete dias, que a ciência moderna aponta como sete longos períodos.

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